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Brasileiro deve ter coragem de reclamar, diz Alencar

O vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, disse quarta-feira, ao falar para cerca de 1,6 mil empresários de todo o País que participam do 14º Congresso Brasileiro das Associações Comerciais, em Curitiba, que as pessoas precisam ter a coragem de reclamar. Alencar voltou a reclamar das taxas de juros, mas em tom mais suave disse que o grande problema do Brasil continua sendo a concentração de recursos em aplicações financeiras, retidas nos bancos em detrimento de investimentos no setor produtivo. “Somos 140 milhões e precisamos ter a coragem de não concordar com esta situação”, afirmou mencionando que a nação convive com problemas sérios como a fome e a falta de investimentos em infra-estrutura, agravados porque não há dinheiro disponível. “Temos superávit, mas esta sobra não é suficiente. Muita coisa precisa ser feita”.
Ex-presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, que organiza o evento, José Alencar comentou pesquisa que indica o desempenho das taxas básicas de juros em 30 países, incluindo economias desenvolvidas e emergentes, como a do Brasil. O indicador mostra que o País se mantém na dianteira com a taxa Selic alcançando 9,5%, enquanto a média geral nas demais nações gira em torno de 0,4% , nos países desenvolvidos 0,1% e no bloco de emergentes a média fica em 1%. “A nossa taxa média é quase 10 vezes o que representa a dos 30 países e 5 vezes a mais do que seria viável para crescermos”.
O presidente da CACB, Luiz Otávio Gomes, afirma que o setor não aceita a carga tributária de 40,01% no primeiro trimestre, sustentando um posicionamento firme do setor produtivo. “Não podemos silenciar frente a uma taxa básica de juro na casa dos 16%. Não podemos entender a marca de um superávit primário de quase 5% no primeiro semestre, quando o próprio FMI cobrava 3,75%”, reclamou o dirigente de um sistema formado por 27 federações empresariais que congregam duas mil entidades espalhadas pelo País e mais de 2 milhões de empreendedores.
Luiz Otávio comentou a decisão do governo de recuar na proposta de elevação pela Previdência da contribuição social sobre a folha de salários. “Não nos calamos frente ao que seria a repetição do absurdo de se querer aumentar os impostos para cobrir buracos de caixa com o aumento de 20% para 20,60% na contribuição social sobre a folha de salários sob a justificativa de pagamento dos aposentados. Não desconhecemos a importância de se pagar aposentados e pensionistas, mas não podemos aceitar que os erros, os equívocos em questões essenciais como a previdenciária sejam transformados em responsabilidades do empresariado. Em boa hora, o governo federal, sentindo o clamor do setor produtivo e do Congresso, recuou da medida”.
Na quinta, o destaque do evento foi a inclusão digital. O tema será abordado no painel ‘O Desafio da Inclusão Digital’, que terá como mediador o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Jefferson Nogaroli. Esta é a primeira vez que a Federação sedia o evento nacional.
Com o pensamento no desenvolvimento dos municípios paranaenses, a Faciap desenvolveu o programa Paraná Digital para facilitar a informatização de associações comerciais, micro e pequenas empresas, profissionais liberais, oferecendo novas tecnologias de gestão e negócios por meio eletrônico.O programa é inédito na América Latina.
O encontro de lideranças empresarias termina na sexta-feira (23) com a palestra do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
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