Mesmo com condições excepcionais à produção de
alimentos, o Brasil reúne uma série de fatores e condições que fazem dele um
dos líderes mundiais em grãos e proteínas. Sozinho, o Brasil alimenta um bilhão
de pessoas no mundo, ou 12% do contingente atual de oito bilhões de seres
humanos. O País é referência na produção e o maior exportador de carnes de
frango do planeta e o Paraná, sozinho, responde por 42% desse volume. A cadeia
do frango, no Estado, encontra no Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de
Produtos Avícolas) o seu maior parceiro, entidade atualmente presidida pelo
cascavelense Roberto Kaefer.
Kaefer foi o convidado especial da Acic para a tradicional
reunião de diretoria da entidade, realizada sempre na última quinta-feira do
mês. Ele falou sobre alguns dos aspectos que tornam o País modelo no segmento.
Um dos principais é a rígida legislação de sanidade animal e os recursos,
principalmente preventivos, adotados pela cadeia para antever, proteger-se e
minimizar possíveis efeitos de crises. A maior ameaça ao setor atualmente,
afirmou, está na influenza, que já provoca sérios danos à avicultura de países
vizinhos na América Latina. “Estamos muito atentos a essa questão e empregando
inúmeras contramedidas, como o diálogo antecipado e franco com nossos parceiros
internacionais”.
Na menor ameaça, como a confirmação de casos em
aves silvestres no litoral do Paraná, uma força tarefa foi desencadeada e ações
rápidas neutralizaram riscos. “Saber o que fazer, com assertividade e
eficiência são atitudes fundamentais nesse mercado”, destacou Kaefer. O nível
de profissionalismo dessa indústria, integrando os seus mais inúmeros
segmentos, faz do Brasil um exemplo em qualidade e segurança alimentar. A
produção mundial de carne de frango em 2023 foi de 102 milhões de toneladas. O
maior produtor são os Estados Unidos, com 21 milhões de toneladas, e o Brasil é
o segundo, com 14,8 milhões. “No entanto, somos os maiores exportadores, com
mais de 5,1 milhões de toneladas enviadas a dezenas de países”.
VBP
A carne de frango, ao lado de outras proteínas e
grãos, faz do Paraná um dos maiores detentores de VBP (Valor Bruto da
Produção), do País, e no Oeste estão alguns dos municípios que superaram a
cifra de R$ 1 bilhão, entre eles Toledo (R$ 4,2 bilhões, o maior do Estado),
Cascavel, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Assis Chateaubriand, São Miguel
do Iguaçu e Palotina. O VBP do Paraná, o terceiro maior do País, já supera a
cifra de R$ 143 bilhões. O Oeste abate 2,2 milhões de aves por dia mas, diante
do cenário mundial, Roberto Kaefer disse que o momento é de manter a produção
estável, porque o equilíbrio é uma das chaves para o sucesso e a rentabilidade
do negócio.
A cadeia do frango é responsável por quatro
milhões de empregos no Brasil e um milhão deles estão no Paraná que, sozinho,
responde por mais do que o volume somado dos outros três principais
exportadores nacionais – Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. Kaefer
falou também da abertura de novos mercados, como o da Polinésia, e do status
brasileiro de ser o único país no mundo com autorização para exportar para Israel.
Estudos indicam que o potencial nacional de crescimento das proteínas, nos
próximos sete anos, é de 13% no frango, de 7% no suíno e de 7% no bovino.
A evolução da avicultura brasileira está associada
a um conjunto de fatores e um dos mais importantes é a genética. Atualmente,
explicou Roberto Kaefer, a conversão alimentar faz a produção de um quilo de
carne acontecer com o consumo pela ave de apenas um quilo e meio de ração. O presidente
do Sindiavipar falou também de um seminário econômico do qual participou,
recentemente na China, ao lado de ministros do atual governo, e destacou a relevância
desse mercado. “A China é o nosso maior parceiro comercial. Somente de frango,
no ano passado, ela importou 682 mil toneladas”, apontou Kaefer, que está à
frente de um sindicado que representa 17,2 mil aviários em 320 municípios e com
VBP superior a R$ 45 bilhões.
Orgulho
O vereador Cidão, presente à reunião na Acic, parabenizou
Kaefer pela liderança e disse que a avicultura e o agronegócio são orgulhos
para a região. Ao responder a um questionamento do empresário Gilberto Bordin,
o presidente do Sindiavipar informou que a produção de carnes em laboratório
seguirá como inovação, mas de acesso a poucos em função do elevado custo de
produção. José Ivaldece e Genesio Pegoraro citaram o empreendedorismo e a
pujança do agro e da pecuária do Oeste e o presidente da Acic, Siro Canabarro, afirmou
que a entidade apoia e está ao lado de quem empreende e gera oportunidades.
Legenda:
Roberto Kaefer durante reunião com empresários quinta à noite, na Acic
Crédito:
Assessoria