A Câmara Técnica Tributária da Acic se dedica a uma missão
complexa e das mais importantes: analisar cada ponto da proposta de Reforma
Tributária que tem o ministro da Economia, Paulo Guedes, como principal
articulador e defensor. O assunto foi apresentado durante a reunião de
diretoria da associação comercial na manhã desta quarta-feira. Quem detalhou o
assunto foi o coordenador da Câmara, Jeferson Silva, e o assessor Márcio
Blazius.
A Câmara entende como fundamentais quatro aspectos centrais
em um debate tão importante e que mexerá com a vida de praticamente todos os
brasileiros. O primeiro é a busca da simplificação. Estudos indicam que no
Brasil a empresa precisa em média de 1,5 mil horas por ano somente para pagar
os tributos corretamente. Na França, são necessárias apenas 130 horas.
“Esse é um custo indireto que recai sobre as empresas. Há
tanta coisa a considerar e a confusão é tão grande em alguns aspectos que, às
vezes, as empresas são sabem se estão cumprindo tudo corretamente como manda a
lei”, afirma Blazius. Em propostas anteriores, defendia-se a unificação de
vários impostos, mas na de Paulo Guedes a primeira fase apresenta apenas a
junção do PIS e do Confins.
As análises já indicam que não haverá redução da carga
tributária, mas pelo menos almeja-se que ela não aumente, pontua Jeferson. “Em
algumas situações percebe-se que existirá elevação. Por isso, estamos atentos e
informando a diretoria da Acic sobre essa situação”. A Acic é uma antiga
defensora da reforma tributária, da diminuição do tamanho da carga fiscal e da
correta utilização desses recursos pelo erário, destaca o presidente Genesio
Pegoraro. A associação comercial fará, como sempre fez, tudo o que estiver ao
seu alcance para lutar contra novos aumentos de impostos.
Unificação
Outro aspecto considerado fundamental no debate é quanto à
unificação da tributação entre os estados. Hoje há 27 legislações que versam
sobre a cobrança do ICMS, por exemplo. E quase seis mil municípios atuam
segundo seus interesses quando o assunto é a cobrança do ISSQN. “Isso gera,
além de conflitos, confusão e guerras fiscais que trazem principalmente
insegurança jurídica às empresas”, observa Marcio Blazius.
A justiça fiscal é outro ponto defendido pela Câmara Técnica
Tributária da Acic. Ou seja: cobrar mais de quem tem mais e menos de quem tem
menos. A proposta de Guedes busca isso ao elevar o valor de isenção do Imposto
de Renda a assalariados, mas, por outro lado, propõe cobrar mais sobre
distribuição de lucros e dividendos dos empresários. Nesse caso, segundo
Blazius, também o que se espera é a neutralidade, que não ocorra aumento da
carga tributária.
Legenda: O assunto foi apresentado na manhã desta
quarta-feira durante a reunião de diretoria da Acic
Crédito: Assessoria