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Pacificar ambiente é chave ao sucesso e à prosperidade da empresa familiar

O tema é recente no Brasil e no mundo, é debatido com mais clareza e assertividade há cerca de 30 anos, mas ganha corpo em várias regiões do País. A sucessão familiar foi o assunto central da última reunião empresarial da Acic em 2020, um webinar promovido em parceria com a Caciopar que contou com a participação especial do empresário Jorge Nishimura, ex-presidente do Conselho de Administração do Grupo Jacto. Uma das principais lições de experiências extraídas do processo pela família foi a necessidade de pacificação do ambiente, medida salutar para a posteridade e prosperidade dos negócios.

O webinar foi apresentado pelo presidente da Acic, Michel Lopes, e pelo diretor da Caciopar, Rivelino Skura, com transmissão ao vivo pelos canais de Youtube e Facebook da Acic. Jorge ocupou várias posições de destaque na empresa que é uma das maiores da América Latina na fabricação de máquinas e implementos agrícolas. Em 2019, depois dele ter permanecido por mais de 20 anos na presidência do Conselho de Administração, aconteceu a transição intergeracional de comando da segunda para a terceira geração dos Nishimura.

Os proprietários da Jacto empregam um conceito desenvolvido por um ancestral da família, que diz que “O sucesso da empresa precisa acontecer na sua e também na segunda e terceira gerações”. Pesquisas de âmbito global indicam que apenas 10% das empresas têm êxito sob a ótica gerencial. “E nós, da Jacto, queríamos estar entre elas”, disse Jorge, revelando que a caminhada para chegar à pacificação foi longa e difícil. O principal motivo do fracasso, que atinge 90% das corporações, são os conflitos familiares não resolvidos e que são conhecidos como destruidores de relacionamentos e de projetos.

16 anos

O processo de transição na Jacto consumiu 16 anos para ser concluído. Começou em 2003 e envolveu inúmeras etapas. Consistiu até na superação de um episódio triste para Jorge e um dos irmãos que, sem aviso, foram destituídos do comando pelo pai e pelos outros cinco irmãos sem aviso prévio. “Perdão e superação são termos imprescindíveis nesse tipo de construção”, afirmou o mais jovem dos Nishimura a ser líder na segunda geração. A transição deve estar alicerçada também na compreensão, interesse e compromisso.

Nunca é cedo para iniciar a transição, esperar pode ser tarde demais, ilustrou Jorge. Um dos pilares centrais do projeto é fortalecer a governança corporativa, realizar um amplo e qualitativo programa de treinamento, integrar a terceira geração ao cotidiano da empresa, e investir em profissionalização. “Deve-se buscar a sustentabilidade como empresa familiar. Os herdeiros precisam entender a essência da empresa, respeitá-la e dar o seu melhor para que ela siga se desenvolvendo. É necessário superar um possível ambiente de conflito, como por muito tempo tivemos na Jacto, e mirar com humildade a continuidade, a posteridade e a prosperidade”.

Mesmo que o comando de posições estratégicas esteja nas mãos dos herdeiros, devidamente preparados, a empresa precisa contar com executivos e líderes competentes. A elaboração de um bom contrato, que deve prever tudo, como venda de ações e de participações, contribui para a serenidade na gestão dos negócios, conforme Jorge. Durante a última reunião empresarial da Acic em 2020 aconteceu o lançamento oficial de um projeto do Núcleo de Consultoria Empresarial. Fabiana Poletti informou sobre a estrutura e o foco, com aprofundamento, em lives em 2021, do assunto Sucessão empresarial familiar.

Case

O Grupo Jacto e a família Nishimura são considerados um dos principais cases de sucesso de empresas familiares no Brasil. A trajetória da segunda geração de proprietários e o desenvolvimento de suas empresas nos últimos 40 anos são tema do livro Caminhos e Legados: o sucesso dos irmãos Nishimura na construção de uma empresa exemplar, de autoria de Marília de Camargo César. Fundada por Shunji Nishimura, a Jacto nasceu em 1948 em Pompeia, no interior de São Paulo. Hoje ela está em mais de cem países e tem fábricas no Brasil, Argentina e Tailândia, além de escritórios no México e Estados Unidos.

Legenda: O empresário Jorge Nishimura, que participará da última reunião empresarial da Acic em 2020

Crédito: Assessoria

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